quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Projeto Político Pedagógico - Associação Orquídeas de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis. ORQUÍDEAS GLBT DO AMAZONAS




Projeto Político Pedagógico

O Projeto Político Pedagógico da Associação Orquídeas Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis, vêm apresentar as principais concepções, valores e princípios institucionais que impulsionam nossa ação e trabalho. Vem mostrar aquilo em que acreditamos e como contribuiremos para construção de uma sociedade com relações mais saudáveis e espontâneas.
Vivemos em uma sociedade imersa em profundas desigualdades sociais que podem ser percebidas em todos os campos de nossa vida (social, econômico, político, cultural, religioso). Além de nossas vidas, nossas relações são diretamente afetadas tornando-se frágeis e nossas ações isoladas.
A Associação Orquídeas é uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, criada por Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis dos movimentos sociais e populares que idealizaram uma nova organização que trabalhasse com toda juventude por sempre acreditar no potencial criativo e inovador do jovem.
Acreditamos que podemos “Contribuir para o desenvolvimento integral dos jovens gays, travestis afirmando seu papel social como promotor de cidadania através da intervenção concreta na proposição e consecução de políticas internas e públicas”.
Identificamos dois segmentos como público: adolescentes/jovens e jovens gays, jovens Travestis. A Associação Orquídeas é nossa área de atuação na qual trabalhamos dois eixos temáticos: Políticas Públicas e Relações de Gênero, nos seguintes programas: Formação Integral para Jovens, Formação Continuada para jovens Gays, Articulação em Redes e Gestão & Desenvolvimento Institucional.
Objetivo Geral
Desenvolver uma prática político-social visando o protagonismo da juventude, contribuindo para a construção de uma sociedade justa, democrática, fraterna e sustentável.  

Fundamentos Político-Educativos
           
Procuramos tentar inserir como valor à necessidade de uma juventude que redescubra o sentido ético da vida, que se encontra camuflado em meio aos acontecimentos atuais, nas consequências da remodelação do capitalismo e da globalização, a saber: aumento da exclusão social e da pobreza, colapso da democracia e uma alienação cada vez maior. Essa redescoberta tem de incitar a procura por novos valores. Valores esses centrados em nova perspectiva de sociedade e de vida e que tragam, como consequência, mudanças pessoais e coletivas.
Há, a partir desses conceitos, uma necessidade emergente de transformarmos os padrões sociais vigentes, e tais inovações só poderão vir a ocorrer com um novo olhar sobre a realidade. A partir da reconfiguração da nossa vivência ética, poderíamos modificar o momento atual, em que a sociedade luta por satisfazer direitos primários como alimentar-se, abrigar-se, vestir-se, “cuidar da cria”, educar, enfim, viver. Direitos humanos que precisamos assimilar discutir, e tornar “real”. O respeito às diferenças, a valorização e o compromisso com a vida, a percepção do outro, a consciência planetária, de que fazemos parte de um grande universo em que somos causa e consequência do que é traçado na história. 
A partir do conhecimento, o ser humano começa a perceber a importância de sua presença no mundo e como sua interferência pode influenciar no processo de transformação dos valores. A partir dessa consciência, passa a envolver-se em lutas específicas e gerais em busca da melhoria de suas condições de vida bem como da sociedade.
A educação não deve ser um fim único. Ela é o fruto de uma interação, de trocas e de mudanças conceituais e estruturais, e deve levar o indivíduo a desenvolver-se em seus múltiplos aspectos: biológico, cognitivo e social. Representa um forte e importante mecanismo de conscientização e libertação, tornando-se um espaço de transformação política, intervenção social e construção da cidadania. Não é somente uma transferência de conhecimentos, mas algo que é construído e reconstruído permanentemente na relação que se dá entre educadores e educandos visto que, não somente os educadores vêm carregados de saberes, mas também os jovens, que são vistos como detentores de conhecimentos, a partir de sua vivência e história pessoal.
Compreendemos os jovens não como causa e/ou vítima dos inúmeros problemas sociais existentes, mas como parte dessa solução. Sujeitos capazes de construir e partilhar junto com os outros o desejo de uma “sociedade possível de se viver”.
Juventude é um termo construído socialmente. É um “espaço transitório” entre a adolescência e a fase adulta, caracterizado por transformações biológicas, psicológicas, culturais e sociais. Uma das fases da vida humana, em nossa visão, situada entre 15 e 29 anos.
Queremos pensá-la a partir dos espaços onde suas vidas se estruturam e lhes deixam marcas. Queremos reconhecer o jovem como sujeito em busca de sua autonomia e, a partir de sua própria história, protagonista de novos valores e de novos espaços.
“O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu carácter.”
             
Princípios Metodológicos
         A Associação Orquídeas é uma organização nascida em Manaus e como tal carrega em sua essência a resistência, a garra e a luta dos Gays, Lesbiscas, Bissexuais e das Travestis. Apostamos na potencialidade e criatividade da juventude, que a partir de seus sonhos, individualidade, projetos (coletivo e pessoal) e propostas, manifestam mudanças reais e possíveis no seu cotidiano.
Para nós são primordial não perder de vista a cultura e a arte Amazônica, colaborando para a valorização desta, através da proposição de novas práticas fundamentadas no diálogo, no respeito, no cuidado, na alteridade, na equidade.
Acreditamos que Educação é um processo que envolve reflexão, ação e a escuta pedagógica centralizada na vida. Desta forma, esperamos fortalecer e criar vínculos de identidade pessoal, com o outro e com a totalidade.
Neste intuito, aos jovens são proporcionados espaços de discussão, partilhas, experiências, encontros com novos mundos, possibilidades e realidades, construção e desconstrução do saber, onde estes se percebam sujeitos corresponsáveis consigo e com os outros (sociedade e demais seres).
Neste sentido, o fazer pedagógico pode ser traduzido através de práticas educativas que valorizem a autonomia dos sujeitos, que tenham a reflexão teórica como elemento estruturante da nossa ação, que aportem a criticidade, a alegria, a ousadia, a esperança e o questionamento cotidianamente e que tenham o diálogo como instrumento de comunicação.

Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e solidário!
Para tanto, trabalhamos com:
·         Congressos, festivais, seminários e oficinas - momentos formativos, de vivências, aglutinação, intercâmbio de experiências, lúdicos, artísticos, onde acontecem estudos de pares e os jovens dispõem de acesso a diversos recursos;
·         Grupos focais – momentos de metodologias construídas e experimentadas, de diagnóstico e constatação e de intercâmbios;
·         Pesquisa – coletas estatísticas, intercâmbios e construção de saberes, conhecimento dos impactos e encontro com a realidade.
Campos de atuação
A juventude é uma idade horrível que apreciamos apenas no momento em que sentimos saudade dela.

Nossa atuação está baseada em dois campos: Estudantes, Juventude e Políticas Públicas para Adultos Gays, Lesbiscas, Bissexuais e as Travestis.
Para que a sociedade tão sonhada venha a efetivar-se de fato, é necessária a participação de todos e todas. A questão de estudantes, juventude perpassa todos as dimensões da vida. Garantir que as oportunidades sejam iguais, que homens e mulheres possam conviver sem a dominação de um é um desafio a que nos lançamos. O respeito às diferenças, a livre orientação sexual, a paternidade/maternidade responsável, o cuidado com o ser, o afeto, a adoção de comportamentos e posturas que respeitem a si mesmo e ao outro são importantes passos que devemos tomar em nossas ações cotidianas.  
As políticas públicas são diversas medidas e ações utilizadas como objeto de intervenção social onde os recursos e bens públicos são destinados à resolução de problemas sociais e políticos, para responder as demandas vindas da sociedade.
A sociedade civil possui um importante papel na proposição, elaboração e fiscalização dos recursos públicos, visto que estes pertencem à sociedade e foram recolhidos através da arrecadação de impostos, o que fortalece a idéia de que todos têm o direito ao acesso, já que deles participaram por meio de sua contribuição.
Seu surgimento foi uma conquista social, servindo como mecanismo em defesa da cidadania. Para tanto, a sociedade civil precisa estar organizada. A transparência, a descentralização de poderes e a participação popular são questões fundamentais.
Por sua vez, os jovens também são convocados a serem atores sociais. “São os que podem vir a ganhar ou perder. Podem ser afetados pelas decisões e ações. São capazes de afetar as decisões”.
Portanto, a juventude e esporte e lazer por sua capacidade de criar, sua vitalidade e vontade de ver acontecer pode muito bem contribuir.

6. Programas

            A Associação Orquídeas possui quatro programas que se dividem e  complementam nossas ações de forma estratégica. São eles:
ê Programa de Formação Integral para Jovens – este programa tem como foco direto o nosso público – a juventude. Através desse trabalho e do contato com os jovens aprimoramos o estudo acerca do fenômeno juvenil, conhecemos e entendemos de perto o perfil da juventude manauara. O jovem sendo entendidas em seus anseios, suas angústias, suas dúvidas, sua rebeldia, apaixonados por seus ideais e convicto, que pode fazer parte da construção de um novo tipo de sociedade.
ê Programa de Formação Jovens Gays e Travestis – acreditamos que os educadores são estrategicamente essenciais no processo formativo da juventude. Com eles buscamos descobrir e construir metodologias mais participativas que respeitem os jovens como os seres de direitos que são e ajudem a vencer as barreiras nas relações que existem na família, na escola e na comunidade.  
ê Programa de Articulação em Redes – os outros programas têm uma ação mais voltada para formação. Entretanto, sabemos que o intercâmbio e a articulação entre as organizações diversas são uns importantes instrumentos para construção de uma nova nação. Acreditamos que o protagonismo juvenil é uma alternativa saudável onde o jovem e o educador, cada um no seu espaço, pode mostrar sua ação, propor fiscalizar políticas para a juventude e a sociedade, através do estabelecimento de relações em redes e parcerias com outras organizações ampliando, assim, sua atuação.
ê Programa de Gestão e Fortalecimento Institucional – todo esse trabalho com a juventude necessita ser amparado por um suporte. Esse programa visa o fortalecimento de nossas ações, a criação de uma referência para a realização do trabalho, a formação contínua da equipe de trabalho e a facilitação de reuniões e avaliações com as diversas instâncias que compõem a União Municipal dos Estudantes Secundaristas garantindo a democracia organizacional da entidade.


Paulo de Oliveira 
Presidente da ONG

Associação Orquídeas GLBT

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